Não existe uma definição sobre Globalização que seja aceita por todos, mas é basicamente um processo antigo, ainda em curso, de integração das economias e mercados nacionais.
No entanto, ela compreende mais do que o fluxo monetário e de mercadoria; implica a interdependência dos países e das pessoas, além da uniformização de padrões, ocorrendo em todo o mundo, também no espaço social e cultural. Em outras palavras, é mais fácil escutar músicas em inglês nas rádios locais do que em português, ou verifique a nossa linguagem diária onde usamos constantemente termos como “site”, “link”, “jeans”, “Ok”, e por aí vai!
A mundialização tem como suas principais características a homogeneização dos centros urbanos (Toda cidade globalizada tem regras semelhantes – transporte público, comunicações, vias e regras de trânsito, etc...), a expansão das corporações para regiões fora de seus núcleos geopolíticos (Mcdonalds é o melhor exemplo...), a revolução tecnológica nas comunicações e na eletrônica, a reorganização geopolítica do mundo em blocos comerciais (não mais ideológicos), a deteriorização da culturas populares locais em favor de uma cultura de massa universal, entre outros prós e outros contras.
Tudo começou com as grandes navegações e o processo colonialista, lembra-se de Bartolomeu Dias, Cristóvão Colombo ou Pedro Álvares Cabral?
Tal momento histórico permitiu à humanidade acelerar os contatos de troca de informações, de técnicas, de cultura e principalmente expandir o capitalismo e interligar o mundo em um só gueto econômico. A cultura ocidental, na época resumida a Europa, começou a conhecer o mundo e talvez, repito “talvez”, o embrião da globalização possa ser visto como a Companhia das Índias Ocidentais... Conhecem a história de Jack Sparrow ?
Os colonizadores europeus, devastados por anos de guerras inúteis, viram nas recém descobertas colônias uma fonte de recursos ilimitada e barata. Pode-se dizer que foi a multiplicação dos espaços de lucros, ou seja, o domínio dos locais de investimento e fontes de matérias-primas aliados a exploração sócio-econômica, é que conduziram o mundo à globalização.
Até a Revolução Industrial, o processo de mundialização ou globalização da economia foi vagaroso, devido às limitações nos transportes e nas comunicações. Uma caravela levava cerca de quatro meses para atravessar o Atlântico
Com a Revolução Industrial e a liberação do Capitalismo para suas plenas possibilidades de expansão, a globalização deu um salto qualitativo e significativo, apoiada no motor a vapor, nos telégrafos e nas tecnologias de navegação. Agora, o Titanic podia atravessar o Atlântico em uma semana, além dos telégrafos sem fio, rádios, etc...
O mundo passou a ser visto como uma referência para obtenção de mercados, locais de investimento e fontes de matérias-primas. Nunca tão poucos exploraram tantos!!!
Neste período a globalização foi também o espaço para o exercício de rivalidades inter-capitalistas, resultando em duas grandes guerras mundiais e uma tremenda depressão econômica no intervalo delas, crise esta que teve grande impacto e amplitude justamente por ser resultado de um mundo globalizado face à expansão capitalista.
O fato é que a abertura das economias e a globalização são processos irreversíveis, que nos atingem involuntariamente no dia-a-dia das formas mais variadas, proporcionando mudanças positivas no nosso cotidiano, bem como mudanças negativas que tornam a vida mais difícil.
Após o período das guerras, ao longo do século XX, a “globalização do capital” foi conduzindo à “globalização da informação” e dos padrões culturais e de consumo. Isso se deveu não apenas ao progresso tecnológico, mas, sobretudo a vontade imperativa dos negócios. Já ouviu falar do “catálogo da Sears”? Era como um site de vendas pela internet, só que nos anos 30 do sec. passado, uma verdadeira revolução quando se é um fazendeiro do interior!
Apesar de ser um processo antigo, apenas na década de 90 a globalização se impôs como um fenômeno de dimensão realmente planetária, a partir dos Estados Unidos e da Inglaterra, e de quando a tecnologia de informática se associou à de telecomunicações (Olha a NET aí...). Período conhecido como Neo-Liberalismo, ou “Nova-Colonização”.
Os avanços técnico-científicos (informática, cabos de fibra óptica, telecomunicações, química fina, robótica, biotecnologia e outros) aliados a difusão de rede de informação reforçaram e facilitaram o processo de globalização, estabelecendo um intercâmbio acelerado, reduzindo o espaço e o tempo, não só na esfera econômica (mercados, tecnologia de produção), mas atingindo também, os hábitos, os padrões culturais e de consumo. Agora atravessamos o Atlântico em “horas” ou através de videoconferência!
Neste mundo globalizado a classe trabalhadora (Nós, pobres mortais!!!), debilitada por causa do desemprego resultante do maciço investimento tecnológico, ou está jogada no desamparo, ou foi absorvida pelo setor de serviços, uma economia fluida e que não permite a formação de uma consciência de classe.
Para quem não pertence nem mesmo a classe trabalhadora o momento presente é pior ainda, pois inexistem abordagens racionais e projetos alternativos para sanar as misérias sociais, o que alimenta os irracionalismos à solta.
Outra realidade refere-se aos países, que cada vez estão mais dependentes uns dos outros e já não há possibilidade de se isolarem, pois ninguém é imune a estes contágios, sejam positivos ou negativos.
Mas existem aspectos positivos, ainda para poucos mas existem! Temos sem sombra de dúvida, a facilidade com que as inovações se propagam entre países e continentes, o acesso fácil e rápido à informação e aos bens. Com a ressalva de que para as classes menos favorecidas economicamente, especialmente nos países em desenvolvimento, esse acesso não é "fácil“, porque seu custo é elevado, e também não será rápido.
No caso brasileiro, a abertura foi ponto fundamental no combate à inflação e para a modernização da economia com a entrada de produtos importados, o consumidor foi beneficiado: podemos contar com produtos importados mais baratos e de melhor qualidade e essa oferta maior ampliou também a disponibilidade de produtos nacionais com preços menores e mais qualidade. É o que vemos em vários setores, como eletrodomésticos, carros, roupas, cosméticos e em serviços, como lavanderias, bancos e restaurantes. A opção de escolha que temos hoje é muito maior.
Infelizmente a necessidade de modernização e de aumento da competitividade das empresas produziu um efeito muito negativo, que foi o já referido desemprego. Para reduzir custos e poder baixar os preços, as empresas tiveram de aprender a produzir mais com menos gente. Incorporavam novas tecnologias e máquinas.
O trabalhador perdeu espaço e esse é um dos grandes desafios que, não só o Brasil, mas algumas das principais economias do mundo têm hoje pela frente: crescer o suficiente para absorver a mão-de-obra disponível no mercado, além disso, houve o aumento da distância e da dependência tecnológica dos países periféricos em relação aos desenvolvidos.
Hoje o processo produtivo mundial é formado por um conjunto de umas 400-450 grandes corporações (a maioria delas produtoras de automóveis, exploração mineral e comunicações) que têm seus investimentos espalhados pelos cinco continentes.
A nacionalidade delas é principalmente americana, japonesa, alemã, inglesa, francesa, suíça, italiana e holandesa. Portanto, pode-se afirmar que os países que assumiram o controle da 1ª fase da globalização, na época das Grandes Navegações (1450-1850), apesar da descolonização e dos desgastes de duas guerras mundiais, ainda continuam obtendo os frutos do que conquistaram no passado, pela simples razão deles deterem o monopólio da tecnologia.
A ONU que deveria ser o embrião de um governo mundial foi paralisada pelos interesses e proibições das superpotências durante a guerra fria.
Em conseqüência dessa debilidade, formou-se uma espécie de estado-maior informal, chamado de Conselho de Segurança, cujos encontros freqüentes têm mais efeitos sobre a política e economia do mundo em geral do que as assembléias da ONU.
Enquanto que no passado os instrumentos da integração foram à caravela, o barco a vapor e o trem, seguidos do telégrafo e do telefone, a globalização recente se faz pelos satélites e pelos computadores ligados na Internet, mas ninguém tem a resposta nem a solução para atenuar o abismo entre os ricos do Norte e os pobres do Sul, que amplia exponencialmente.
No entanto, é bom reconhecer que tais diferenças não resultam de um novo processo de espoliação como os praticados anteriormente pelo colonialismo e pelo imperialismo, pois não implicaram numa dominação política, havendo, bem ao contrário, uma aproximação e busca de intercâmbio e cooperação.
Imagina-se que a globalização, seguindo o seu curso natural, irá enfraquecer cada vez mais os estados-nacionais surgidos há séculos atrás, ou dar-lhes novas formas e funções, fazendo com que novas instituições supranacionais gradativamente os substituam, como o Mercosul ou a Comunidade Européia
Quem sabe terei o privilégio de estar vivo para dizer que não sou brasileiro nem americano, sou “TERRÁQUIO” e vivo em um mundo feliz baseado na Colaboração!

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